Nos últimos meses, várias informações circulam nas redes sociais afirmando que o voto nas eleições já está sendo usado como prova de vida para os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). No entanto, essa alegação é incorreta. Apesar de uma portaria de 2022 prever essa possibilidade, ainda não existe uma tecnologia que permita o uso do voto como comprovação de vida. Neste artigo, vamos explicar o que realmente está acontecendo, como funciona a prova de vida atualmente e o que esperar para o futuro.
Leia mais:
Atenção! Duplicidade de título pode BLOQUEAR seu Bolsa Família: entenda o motivo
Entenda o que é a prova de vida do INSS
A prova de vida é um processo necessário para que aposentados, pensionistas e demais beneficiários do INSS sigam recebendo seus pagamentos regularmente. O objetivo principal dessa exigência é evitar fraudes, garantindo que apenas as pessoas vivas estejam aptas a receber os pagamentos do instituto. Tradicionalmente, esse procedimento era realizado presencialmente em agências bancárias, mas nos últimos anos surgiram métodos alternativos para facilitar esse processo, especialmente para quem tem dificuldades de locomoção.
Como a prova de vida é realizada hoje?
Atualmente, existem várias formas de realizar a prova de vida, incluindo opções digitais e presenciais. As maneiras mais comuns são:
- De forma presencial: O beneficiário tem a opção de ir a uma agência bancária ou do INSS, levando seus documentos, para realizar a comprovação de vida.
- Digitalmente: Por meio do aplicativo Meu INSS, o processo pode ser realizado de forma remota, utilizando tecnologias como a biometria facial.
- Cruzamento de Dados: O INSS também pode verificar a prova de vida automaticamente por meio de cruzamento de informações com outros órgãos, como cartórios e dados biométricos colhidos em processos como a emissão de documentos oficiais, evitando que o beneficiário precise fazer o procedimento diretamente.
O papel do voto na prova de vida
Embora esteja previsto que, futuramente, o voto possa ser utilizado como uma forma de comprovar a vida, isso ainda não acontece. A ideia é que, ao participar das eleições, o eleitor automaticamente comprove que está vivo, já que o voto exige a presença física do cidadão. Essa medida foi anunciada em 2022, mas ainda não foi implementada, pois não há uma ferramenta tecnológica que faça o cruzamento de dados entre o INSS e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Por que o atraso na implementação?
De acordo com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, a integração tecnológica necessária para que o voto seja considerado uma prova de vida ainda está em desenvolvimento. A previsão é que essa ferramenta seja concluída até o primeiro semestre de 2025. Até lá, o voto não pode ser utilizado para esse fim, apesar de algumas publicações em redes sociais darem a entender o contrário.
Segundo Stefanutto, essa tecnologia está sendo desenvolvida para que os dados das eleições de 2024 possam ser aproveitados no futuro, o que deverá facilitar o processo de prova de vida para milhões de brasileiros.
Ações vigentes para a comprovação de vida
Enquanto a solução tecnológica para o cruzamento de dados não é finalizada, outras formas de comprovar a vida continuam a ser válidas. Além disso, uma portaria publicada pelo Ministério da Previdência Social em março de 2024 garantiu que, até o final deste ano, a falta de prova de vida não resultará na suspensão ou bloqueio dos benefícios. Essa medida dá aos beneficiários um período de adaptação ao novo sistema que está em implementação.
Essa flexibilização é um alívio temporário, especialmente para aposentados e pensionistas que têm dificuldade em se locomover ou utilizar ferramentas digitais.
O que esperar para o futuro?
A utilização do voto como prova de vida é uma mudança planejada para simplificar o processo. A intenção é que, com a participação nas eleições, o INSS tenha uma maneira mais prática e segura de confirmar que o beneficiário está vivo, evitando burocracias desnecessárias.
Além de facilitar a vida dos beneficiários, essa medida tem potencial para reduzir fraudes, já que o voto requer a validação da identidade através de métodos biométricos, como a leitura de impressões digitais nas urnas eletrônicas.
Benefícios da futura implementação
Uma vez implementada, a utilização do voto como prova de vida deverá trazer diversas vantagens, tanto para os beneficiários quanto para o INSS:
- Simplicidade: A medida reduzirá a necessidade de o beneficiário realizar uma ação específica para comprovar sua vida, uma vez que o ato de votar, que já é obrigatório, seria suficiente.
- Segurança: A validação biométrica nas urnas eletrônicas oferece uma forma robusta de comprovar a identidade, dificultando tentativas de fraude.
- Automatização: A implementação desse processo automatizado diminuirá a burocracia e o potencial de erros, aumentando a eficiência do sistema.
Considerações finais
Apesar de a prova de vida por meio do voto nas eleições ser uma possibilidade prevista, ainda não está em vigor. A implementação dessa tecnologia depende de um cruzamento de dados entre o INSS e o TSE, o que está previsto para ocorrer em 2025. Até lá, os beneficiários devem continuar utilizando os métodos tradicionais de prova de vida. É fundamental que os aposentados e pensionistas fiquem atentos às atualizações do INSS e se mantenham informados sobre as novas formas de comprovar sua vida.
Imagem: Leonidas Santana / Shutterstock.com