Um novo estudo publicado na conceituada revista Neurology traz à luz uma informação importante: a hipersonia idiopática, também conhecida como sonolência excessiva, pode ser mais comum do que se imaginava. Se até pouco tempo atrás, essa condição era considerada um distúrbio do sono raro, agora, está em nova observação pelos cientistas.
No entanto, o que torna a hipersonia idiopática tão presente na rotina de muitos indivÃduos? O grande diferencial deste distúrbio é que mesmo tendo uma noite de sono satisfatória, a pessoa ainda sente uma necessidade constante de dormir. Não é incomum que esses indivÃduos acabem cochilando em momentos sociais ou até mesmo durante uma conversa.
O distúrbio de sono é mais comum em homens?
Estudos indicam que essa condição é mais comum entre os homens. As pessoas com hipersonia idiopática costumam ter grande dificuldade para despertar, mesmo depois de um sono aparentemente saudável.
Além disso, ao acordar, esses indivÃduos podem sentir um estado de torpor e confusão mental, levando um tempo maior para lidar com as tarefas cotidianas.
Qual a relação entre a hipersonia idiopática e a qualidade do sono?
Interessante ressaltar que a qualidade do sono possui um papel fundamental nesse contexto. Ter hábitos saudáveis que garantem uma boa noite de descanso pode evitar o surgimento da hipersonia idiopática. Assim, manter uma rotina de sono regular e evitar o consumo de álcool ou alimentos pesados antes de dormir são apenas algumas dicas para quem quer evitar o problema.
Abordando o tema em escopo maior, David T. Plante da Universidade de Wisconsin-Madison, autor da pesquisa publicada na revista Neurology, alerta que esta condição pode ser tão comum quanto outras condições neurológicas e psiquiátricas, como epilepsia, transtorno bipolar e esquizofrenia. O estudo, realizado com 792 voluntários, estima que a hipersonia idiopática possa afetar cerca de 1,5% da população.
Qual a causa?
Apesar de ser um distúrbio pouco estudado, acredita-se que a hipersonia idiopática seja causada por uma disfunção do sistema nervoso central. O tratamento, assim como na narcolepsia, é feito com remédios que regulam as transações quÃmicas do cérebro.
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Contudo, é fundamental frisar que a detecção e o tratamento precoce podem evitar uma considerável queda na qualidade de vida da pessoa. Então, ao apresentar sintomas persistentes de sonolência excessiva, procure um médico neurologista especializado em distúrbios do sono.
O que ainda precisa ser estudado sobre a hipersonia idiopática?
Uma considerável lacuna na medicina atual é o diagnóstico correto da hipersonia idiopática, uma vez que os exames de sono para detectá-la são sofisticados e precisos. Dessa forma, muitas vezes, o problema é subnotificado e os pacientes continuam vivendo com uma qualidade de vida prejudicada, mesmo havendo tratamento adequado para a condição.
Portanto, é crucial ter uma maior divulgação desse distúrbio do sono, para que as pessoas saibam de seus sintomas e das possibilidades de tratamento. Assim, será possÃvel aumentar a qualidade de vida de milhares de pessoas que desconhecem a origem da sonolência que as persegue.
Imagem: Roman Samborskyi / shutterstock.com