Recorrer ao uso de enxaguante bucal como forma de prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) durante o sexo oral é uma prática comum que, segundo estudos recentes, definitivamente não funciona.
A recomendação vem do médico infectologista Vinícius Borges, mais conhecido como Doutor Maravilha. Segundo Borges, alguns indivíduos têm usado esse método alternativo em vez dos preservativos no sexo oral, uma prática arriscada e ineficaz.
O alerta está baseado no estudo Omega, realizado em 2021, que concluiu que produtos de enxaguante bucal não são eficientes para prevenir ISTs.
Variedade de ISTs transmitidas pelo sexo oral
Borges enfatizou que o sexo oral pode transmitir várias ISTs, como herpes, sífilis, HPV, hepatite A e gonorreia. “Sempre que possível, utilize o preservativo e faça testes de IST's na garganta”, aconselhou o médico.
Para a sexóloga Bárbara Bastos, a maioria das pessoas não utiliza preservativos durante o ato oral devido a uma educação sexual que enfoca principalmente a penetração.
Educação sexual e a prevenção
“Hoje, temos uma educação sexual com um foco muito maior para o uso da camisinha na penetração, e com objetivo de evitar gravidez indesejada. Precisamos de mais atenção para os cuidados e prevenção no ato oral”, pondera Bastos.
No entanto, é importante lembrar que a camisinha é altamente indicada também no sexo oral praticado em mulheres. Apesar do baixo uso da camisinha feminina, ela é uma aliada importante na prevenção de ISTs.
Enxaguante bucal, não! Camisinhas saborizadas como alternativa
Existem opções de preservativos saborizados para aqueles que não gostam do gosto da camisinha. Porém, a maioria dessas opções é para preservativos masculinos. O baixo interesse das mulheres pelas camisinhas femininas, bem como uma educação sexual mais voltada para os preservativos masculinos, são razões para sua baixa demanda, segundo a sexóloga.
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No entanto, Bastos finaliza: “Não vale a pena arriscar uma infecção por um descuido que poderia ser evitado. Com ou sem sabor, masculina ou feminina, o que vale é se proteger no sexo oral”. A responsabilidade sexual deve ser prioridade para a saúde de todos os envolvidos.
Imagem: Ju Jae-young / shutterstock.com