O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central (BC) em 2020, trouxe praticidade e rapidez para transferências financeiras no Brasil. Com mais de três anos em operação, o Pix passou a ser uma ferramenta essencial no dia a dia de milhões de brasileiros. No entanto, junto com a popularidade, vieram também preocupações com fraudes e segurança. Pensando nisso, o BC implementou novas regras que entram em vigor a partir de novembro de 2024, com o objetivo de aumentar a segurança das transações e reduzir os riscos de golpes. Além disso, o lançamento do Pix Automático, previsto para 2025, promete facilitar ainda mais a vida dos consumidores.
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Novas regras de segurança do Pix para novembro de 2024
As mudanças que entram em vigor no sistema Pix em novembro de 2024 visam principalmente aumentar a segurança nas transações. A medida mais significativa é a necessidade de cadastro prévio de dispositivos para realizar transferências de valores superiores a R$ 200. Essa nova regra vem como uma resposta às crescentes tentativas de fraude, em que criminosos tentam utilizar dispositivos não cadastrados para realizar transações indevidas.
Cadastro de dispositivos para transferências acima de R$ 200
A partir de 1º de novembro de 2024, todas as transferências via Pix com valor acima de R$ 200 deverão ser realizadas apenas por dispositivos previamente cadastrados pelo usuário. Isso significa que o cliente terá que registrar seus dispositivos, como celulares e computadores, nos sistemas das instituições financeiras. Para dispositivos não cadastrados, haverá um limite diário de transferência de R$ 1.000. Essa medida tem o objetivo de proteger os usuários de fraudes e garantir que transações de valores mais elevados sejam feitas de forma segura.
Aprimoramento de sistemas de segurança
Além do cadastro de dispositivos, as instituições financeiras serão obrigadas a investir em novas tecnologias de segurança para detectar e prevenir fraudes. Essas soluções vão se basear em dados já disponíveis no Banco Central, permitindo a identificação de transações suspeitas com mais precisão. A ideia é que as instituições tenham ferramentas para bloquear temporariamente transações consideradas fora do perfil habitual do cliente, evitando que fraudes sejam concluídas.
Aumento da segurança nas transações
O Banco Central também impôs que as instituições financeiras implementem melhorias em suas tecnologias de gerenciamento de fraudes. Isso inclui a utilização de sistemas mais robustos para monitorar o comportamento dos usuários, identificando padrões de transações que possam indicar tentativas de fraude. Quando uma operação for considerada suspeita, os bancos poderão adotar medidas como:
- aumento do tempo de processamento: transferências consideradas atípicas poderão ser processadas com mais lentidão para permitir uma análise mais aprofundada.
- bloqueio temporário de transações: em casos de suspeita de fraude, as instituições poderão bloquear temporariamente o envio de valores via Pix até que a situação seja esclarecida.
- encerramento do relacionamento com o cliente: se for comprovada a tentativa de fraude, o banco poderá encerrar o relacionamento com o cliente envolvido, impedindo novas transações.
Essas novas regras visam aumentar a segurança e garantir que o Pix continue sendo uma opção confiável para transferências instantâneas no Brasil.
Novas exigências para as instituições financeiras
As instituições financeiras terão ainda que se comprometer com a transparência em relação aos seus clientes. Pelo menos uma vez a cada seis meses, os bancos serão obrigados a informar seus clientes sobre os cuidados necessários para evitar fraudes, além de verificar se há alguma marcação de fraude associada ao CPF do cliente nos sistemas do Banco Central. Essa medida visa não apenas aumentar a proteção, mas também educar os consumidores sobre práticas seguras no uso do Pix.
Pix automático: uma inovação para 2025
Enquanto as novas regras entram em vigor já em novembro de 2024, o Banco Central também está preparando outra novidade para o Pix. Previsto para ser lançado em junho de 2025, o Pix Automático permitirá que os usuários façam pagamentos recorrentes, como contas de água, luz e planos de saúde, sem a necessidade de autenticar cada transação.
Essa modalidade vai funcionar de maneira semelhante aos débitos automáticos em conta corrente, mas com a praticidade do Pix, permitindo que os pagamentos sejam feitos diretamente pelo celular ou computador. Com o Pix Automático, os consumidores poderão autorizar cobranças recorrentes, reduzindo a necessidade de interações manuais e diminuindo o risco de inadimplência. Empresas também serão beneficiadas, já que o sistema facilitará o processo de cobrança e poderá até mesmo reduzir custos operacionais.
Vantagens e desafios do Pix automático
O Pix Automático promete revolucionar a forma como consumidores e empresas gerenciam pagamentos recorrentes. Para os usuários, a maior vantagem é a praticidade de não precisar autorizar cada pagamento manualmente. Para as empresas, o sistema oferece mais segurança no recebimento de pagamentos, já que a cobrança será feita de forma automatizada e recorrente.
No entanto, há desafios que precisam ser considerados. Um dos principais pontos de atenção é a segurança das autorizações de pagamentos. O Banco Central e as instituições financeiras terão que garantir que o sistema seja robusto o suficiente para evitar fraudes ou cobranças indevidas, preservando a confiança dos usuários no Pix.
O que esperar das mudanças no Pix?
As novas regras de segurança do Pix, que entram em vigor em novembro de 2024, mostram que o Banco Central está comprometido em manter o sistema seguro e confiável para os milhões de brasileiros que utilizam a ferramenta diariamente. O cadastro prévio de dispositivos e o aprimoramento dos sistemas de segurança são medidas importantes para evitar fraudes e proteger os usuários de movimentações suspeitas.
Já o lançamento do Pix Automático, previsto para 2025, promete facilitar a vida de consumidores e empresas, tornando os pagamentos recorrentes mais simples e eficientes. Se bem implementado, o Pix Automático pode se tornar uma solução prática e popular, semelhante ao débito automático tradicional, mas com a agilidade e flexibilidade do Pix.
Considerações finais
Com as mudanças previstas para novembro de 2024, o Pix está se tornando cada vez mais robusto e seguro, atendendo à demanda crescente por ferramentas que protejam os usuários de fraudes. O cadastro de dispositivos e o aprimoramento das tecnologias de segurança serão fundamentais para garantir a confiabilidade do sistema. Já em 2025, o Pix Automático promete trazer ainda mais comodidade para os consumidores, permitindo o pagamento de cobranças recorrentes sem burocracia.
As novidades indicam que o Banco Central está atento às necessidades do mercado e disposto a implementar melhorias contínuas no sistema Pix, beneficiando tanto os usuários quanto as empresas que utilizam a plataforma para realizar suas transações financeiras.
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil