O governo federal enfrenta uma nova pressão para o orçamento de 2025. Com a inflação em alta, o reajuste do salário mínimo 2025 está projetado para superar as expectativas anteriores e pode chegar a R$ 1.524, segundo cálculos recentes da XP Investimentos. Isso representa um acréscimo de R$ 15 além do valor previsto inicialmente de R$ 1.509. A atualização pode trazer desafios consideráveis ao controle das contas públicas, que já enfrentam dificuldades com a meta fiscal de equilíbrio.
O que está por trás do aumento no salário mínimo 2025?
O reajuste do salário mínimo no Brasil leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias de menor renda. Recentemente, a previsão para o INPC foi revisada de 3,82% para 4,9% devido à elevação dos preços, principalmente de energia e alimentos. Com isso, o governo deverá ajustar o salário mínimo para garantir que ele acompanhe o custo de vida, visando preservar o poder de compra dos trabalhadores. Essa variação afeta diretamente não só os trabalhadores, mas também outros benefícios sociais que dependem desse reajuste.
Impacto nas contas públicas: o peso do reajuste
O reajuste do salário mínimo gera um efeito cascata em várias despesas do governo, incluindo aposentadorias, seguro-desemprego, abono salarial e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Esse aumento, necessário para manter o poder de compra, deve provocar um custo adicional estimado em R$ 13,3 bilhões aos cofres públicos em 2025. Esse valor representa um grande desafio ao orçamento federal, que já se encontra ajustado devido à meta de crescimento de gastos no arcabouço fiscal de até 2,5% acima da inflação.
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Salário mínimo 2025 e inflação: como o governo planeja acomodar esse aumento?
Para atender ao reajuste necessário sem comprometer as metas fiscais, o governo poderia fazer uso da possibilidade de abrir espaço no orçamento em casos onde a inflação supera a expectativa original. Essa flexibilização permitiria uma margem adicional de R$ 14,5 bilhões, mas ainda coloca desafios ao resultado primário. A previsão orçamentária para 2025 projeta um superávit de R$ 3,7 bilhões, e a crescente desconfiança na obtenção de receitas extraordinárias ou cortes de despesas aumenta as incertezas para o próximo ano.
O efeito do reajuste na meta fiscal e propostas em discussão
Com o reajuste do salário mínimo ultrapassando as previsões iniciais, o governo enfrenta a tarefa de cumprir a meta fiscal zero para 2025. Para isso, algumas propostas foram analisadas, incluindo a desindexação dos benefícios previdenciários e sociais em relação ao salário mínimo. Entretanto, essa proposta enfrenta resistências políticas, uma vez que a política de aumento real do mínimo foi restabelecida pela atual administração em 2023. Outra possibilidade seria limitar o crescimento real do salário a 2,5% acima da inflação, uma alternativa que também esbarra na complexidade do cenário econômico.
Projeções e desafios para o futuro: o que esperar em 2025?
A estimativa de déficit primário para 2025, que já considera o impacto do salário mínimo, chega a R$ 73,3 bilhões. Além disso, mudanças na tributação e ajustes em programas sociais ainda estão em discussão para equilibrar as contas, mas é um desafio manter o crescimento sustentável das despesas e garantir que o orçamento do governo acompanhe o cenário inflacionário.
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