Em um artigo recém-publicado no periódico Frontiers in Computational Neuroscience, pesquisadores da Wake Forest University (WFU) e da University of Southern California (USC) revelaram um avanço significativo no estudo das memórias.
Envolve uma prótese neural capaz de auxiliar o cérebro a resgatar memórias específicas.
O experimento com a prótese neural
O experimento contou com a participação de 14 adultos com epilepsia, que receberam eletrodos cerebrais. Ao observar a atividade cerebral dos participantes durante um teste de memória visual, os pesquisadores conseguiram identificar os padrões de atividades relacionados a memórias de imagens específicas, como de animais, edifícios e veículos.
Estes “códigos” neurais foram artificialmente alimentados no hipocampo – região cerebral responsável pela formação, organização e armazenamento de novas memórias – dos participantes. O resultado foi um melhor desempenho destes em combinar imagens que já haviam sido vistas anteriormente.
Aplicação em pacientes com problemas de memória
Ao aplicar a técnica apenas nos participantes com problemas de memória, os pesquisadores conseguiram alcançar uma precisão de 38%.
“Estimular a memória não se limita apenas a uma abordagem geral, mas também pode ser aplicado a informações específicas que são críticas para uma pessoa”, afirmaram os cientistas. O grupo vislumbra como objetivo futuro “criar uma intervenção que possa restaurar a função da memória perdida devido a doenças como o Alzheimer, alguma lesão cerebral traumática ou acidente vascular cerebral”.
Futuro da prótese neural
Apesar dos avanços, a pesquisa ainda está em estágios iniciais. Mais estudos são necessários para aprimorar e testar a prótese neural.
Contudo, a equipe está otimista e acredita que “a estimulação tem o potencial para ser usada para modificar significativamente a memória”. Esse é um passo imprescindível para a melhora da qualidade de vida de pessoas que sofrem com a perda de memória, possibilitando-lhes viverem de forma mais independente.
Por que esquecemos das coisas?
Desvendar o funcionamento da memória humana é um dos grandes desafios da neurociência. Segundo os especialistas Andrew Budson e Elizabeth Kensinger, a memória passa por três fases distintas: codificação, armazenamento e recuperação.
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“As falhas de memória podem refletir erros em qualquer um desses diferentes estágios”, afirmam. As tecnologias, como a prótese neural, surgem para auxiliar nessa complexa tarefa de resgate e manutenção das memórias.
Imagem: Gorodenkoff / shutterstock.com