Um estudo recente divulgado na terça-feira, 12 de outubro de 2023, aponta um risco mais alto de doenças cardiovasculares em mulheres com depressão em comparação a homens que também enfrentam a doença. Ademais, as descobertas foram lançadas no Journal of the American College of Cardiology.
Pesquisas anteriores já apontavam a relação entre a depressão e um risco elevado de eventos cardiovasculares, como infarto e AVC, também conhecido como acidente vascular cerebral. O recente estudo focou na ligação entre a saúde física e mental, lançando luz sobre potenciais mecanismos que poderiam contribuir para as diferenças relevantes ao sexo biológico.
Facetas específicas de gênero na saúde cardiovascular
A investigação também ressaltou a importância de criar estratégias de prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares que considerem as particularidades de cada gênero. Para a realização do estudo, foram coletados dados de um banco de dados japonês, chamado JMDC Claims Database, que inclui informações de internação, exames e outros dados médicos de mais de 17 milhões de pessoas.
De 2005 a 2022, foram analisados os dados de cerca de 4 milhões de participantes, sendo que aproximadamente 2,3 milhões eram homens. Foram analisadas variáveis clínicas, como o Índice de Massa Corporal (IMC), a pressão arterial, os resultados de laboratórios em jejum e informações sobre casos de infarto, dor no peito, AVC, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial.
Mulheres com depressão e risco de doenças cardiovasculares
Os resultados da análise indicaram que a taxa de risco para desenvolver doenças cardiovasculares em pessoas com depressão foi de 1,39 para os homens e 1,64 para as mulheres, quando comparado com os participantes sem depressão. Os pesquisadores ressaltam que as taxas de risco para infarto, angina, AVC, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial foram mais elevadas nas mulheres com depressão do que nos homens.
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Os pesquisadores sugerem que uma possível explicação para estes resultados pode ser o fato de que as mulheres experimentam sintomas de depressão mais severos e persistentes do que os homens. Adicionalmente, períodos de mudanças hormonais, como gravidez e menopausa, podem aumentar a vulnerabilidade das mulheres à depressão.
Imagem: Liza Summer /Pexels