Recentemente, a Caixa Econômica Federal anunciou uma série de modificações importantes no financiamento imobiliário utilizando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Essas mudanças, que começam a valer em novembro de 2024, impactam diretamente aqueles que desejam comprar imóveis, seja para moradia ou investimento. Aqui, vamos detalhar as principais mudanças e explicar como elas podem afetar os compradores e o mercado imobiliário.
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O que é o SBPE e como ele impacta o financiamento de imóveis?
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) é um dos principais mecanismos de crédito para financiamento de imóveis no Brasil. Ele é alimentado por recursos da poupança e, durante anos, foi a principal fonte de financiamento habitacional no país, chegando a representar cerca de 70% desse tipo de crédito. No entanto, com a redução dos depósitos em poupança, esse índice caiu drasticamente, hoje correspondendo a apenas 34%.
Diante dessa mudança no cenário econômico, a Caixa decidiu ajustar as condições para financiamentos utilizando o SBPE. As novas regras têm como objetivo ajustar o mercado de crédito imobiliário e garantir que os recursos sejam usados de forma mais eficiente.
As principais mudanças no financiamento de imóveis pela Caixa
Limitação no valor dos imóveis financiados
Uma das alterações mais relevantes é o novo limite de preço para os imóveis financiados com recursos do SBPE. A partir de novembro, apenas imóveis com valor máximo de R$ 1,5 milhão poderão ser financiados por essa linha de crédito. Antes dessa mudança, não havia teto de valor para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o que permitia financiar propriedades com valores muito superiores.
Agora, se o imóvel que você pretende comprar exceder esse valor, será necessário buscar outras alternativas de financiamento fora do SBPE, como o próprio SFI, que continua disponível.
Redução do percentual de financiamento
Outro ponto importante das mudanças envolve a diminuição do percentual que pode ser financiado. Nas condições anteriores, a Caixa permitia que até 80% do valor do imóvel fosse financiado pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). No entanto, com a nova regra, esse percentual será reduzido para 70%.
Já para quem optar pela Tabela Price, onde as parcelas têm valores fixos ao longo do contrato, o percentual financiável cairá ainda mais, de 70% para 50%. Isso significa que, ao utilizar esse modelo de financiamento, será necessário dar uma entrada maior, aumentando o valor que o comprador precisará pagar inicialmente.
Diferenças entre SAC e Tabela Price
As duas principais formas de amortização utilizadas no Brasil são o Sistema de Amortização Constante (SAC) e a Tabela Price. No SAC, as parcelas começam com um valor mais alto e diminuem ao longo do tempo, à medida que a dívida é paga. Já na Tabela Price, as parcelas têm valor fixo, o que pode ser uma vantagem para quem prefere previsibilidade nos pagamentos.
As novas condições da Caixa impõem uma limitação maior ao financiamento pela Tabela Price, que agora permite financiar apenas metade do valor do imóvel. O SAC, apesar da redução do percentual financiável, ainda oferece mais flexibilidade para quem quer diminuir o valor das parcelas com o passar do tempo.
Quando as novas regras começam a valer?
As mudanças entram em vigor no dia 1º de novembro de 2024. Vale destacar que essas novas regras se aplicam apenas a contratos de financiamento futuros. Ou seja, quem já possui um contrato vigente não será afetado pelas novas condições.
Se você está pensando em comprar um imóvel e já está em processo de negociação, é importante considerar acelerar o fechamento do contrato antes que as novas regras comecem a valer, para garantir as condições mais favoráveis.
Por que essas mudanças foram feitas?
A principal justificativa da Caixa Econômica Federal para essas mudanças é a necessidade de equilibrar o mercado de crédito imobiliário diante da queda acentuada dos depósitos em poupança. A instituição informou que a redução nos recursos da poupança é o que tem limitado a oferta de crédito habitacional no país.
Embora rumores tenham sugerido que a Caixa estaria enfrentando escassez de recursos para financiar imóveis, o banco negou essa possibilidade, afirmando que as mudanças fazem parte de uma estratégia para atender a demanda por crédito de maneira sustentável.
As retiradas frequentes da poupança pela população reduziram consideravelmente a quantidade de recursos disponíveis para o financiamento de imóveis. Com isso, a Caixa se viu obrigada a revisar as condições oferecidas, buscando novas alternativas para continuar financiando o setor habitacional.
Quem será impactado por essas mudanças?
Essas alterações afetam tanto quem está interessado em comprar imóveis novos quanto usados, além de lotes urbanos e imóveis comerciais. Com a redução no percentual financiável e o limite no valor dos imóveis, os compradores terão que reavaliar seus orçamentos e talvez planejar uma entrada maior do que o previsto inicialmente.
Por exemplo, quem pretende financiar imóveis com valor superior a R$ 1,5 milhão terá que buscar outras opções de crédito, já que o SBPE não será mais uma alternativa viável. A Tabela Price, que permitia o financiamento de até 70% do imóvel, agora só financia 50%, exigindo mais recursos próprios no ato da compra.
Considerações finais
As novas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal representam mudanças significativas no mercado imobiliário brasileiro. Com a limitação do valor dos imóveis financiados e a redução do percentual financiável, os compradores devem se preparar para desembolsar uma quantia maior no momento da compra, além de buscar alternativas de crédito para imóveis de maior valor.
Essas mudanças são um reflexo da necessidade de ajustes no mercado, impulsionadas pela diminuição dos depósitos em poupança, que afetam diretamente o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo. Para aqueles que estão planejando adquirir um imóvel em breve, a dica é planejar com antecedência, organizar as finanças e avaliar as melhores opções de crédito disponíveis.
Imagens: SERGIO V S RANGEL / Shutterstock e Inna Dodor – Edição: Seu Crédito Digital