Todos os dias, novas fraudes digitais desafiam a segurança dos consumidores brasileiros — e a mais recente delas é o chamado golpe do falso fornecedor, identificado e divulgado pelo Itaú Unibanco. O golpe vem afetando principalmente pessoas fÃsicas e microempreendedores que utilizam plataformas online para contratar serviços ou comprar produtos.
Neste artigo, explicamos detalhadamente como o golpe funciona, quais perfis são mais vulneráveis e, principalmente, como se proteger seguindo as recomendações oficiais do banco.
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O que é o golpe do falso fornecedor?
Como o golpe acontece
O golpe do falso fornecedor ocorre quando criminosos se passam por prestadores de serviço ou vendedores confiáveis em plataformas digitais, como marketplaces, redes sociais ou aplicativos de contratação. Ao negociar com a vÃtima, eles apresentam preços atrativos e atendimento eficiente, mas no momento do pagamento:
- Cobram valores muito superiores aos anunciados.
- Realizam a transação via Pix ou cartão, dificultando o estorno.
- Em alguns casos, usam maquininhas adulteradas ou QR codes falsos.
Quem são as principais vÃtimas?
Segundo o Itaú Unibanco, as vÃtimas mais comuns são:
- Pessoas fÃsicas que buscam praticidade na contratação de serviços.
- MEIs (Microempreendedores Individuais) que precisam de agilidade nas compras.
- Consumidores que não checam a reputação do fornecedor.
Como se proteger: 5 dicas práticas do Itaú Unibanco
O Itaú reuniu orientações valiosas para ajudar consumidores a evitarem o prejuÃzo. Veja as principais recomendações:
1. Pesquise sobre o prestador de serviços
Antes de fechar qualquer negócio:
- Busque o nome da empresa em sites de avaliação (Reclame Aqui, Google, redes sociais).
- Leia os comentários e avaliações de outros clientes.
- Desconfie de quem não fornece informações básicas de contato ou registro.
2. Consulte o CNPJ na Receita Federal
Verifique se o fornecedor realmente existe e está ativo:
- Acesse o site da Receita Federal – Consulta de CNPJ.
- Insira o número do CNPJ e confira a situação cadastral da empresa.
- Compare os dados fornecidos com os informados pelo suposto fornecedor.
Dica bônus: se o prestador for pessoa fÃsica, exija número de CPF e consulte-o por meio de serviços de proteção ao crédito, como Serasa e Boa Vista.
3. Tenha cuidado ao usar o cartão
Golpes com cartão fÃsico continuam acontecendo. Por isso:
- Nunca entregue seu cartão a terceiros, mesmo em estabelecimentos fÃsicos.
- Prefira pagar com aproximação (NFC) ou carteira digital.
- Sempre digite a senha por conta própria, evitando intermediários.
4. Atenção com a maquininha de cartão
Maquininhas alteradas ou defeituosas são cada vez mais usadas para fraudes. Siga estas dicas:
- Verifique se o visor da maquininha está funcionando corretamente.
- Confira com atenção o valor antes de confirmar o pagamento.
- Se notar algo estranho (por exemplo, visor apagado ou valor diferente), interrompa imediatamente a transação.
5. Redobre os cuidados com o Pix
O Pix, apesar de prático, também virou ferramenta dos golpistas. Antes de transferir:
- Confirme o nome completo do beneficiário.
- Verifique se o valor está de acordo com o combinado.
- Em caso de dúvida, não finalize a operação e entre em contato com o fornecedor por outro canal.
Casos reais de vÃtimas: como os criminosos agem
VÃtima pagou R$ 600 por serviço que custava R$ 120
Uma microempreendedora de São Paulo contratou um técnico para consertar um ar-condicionado via uma plataforma online. O anúncio prometia o serviço por R$ 120, mas, ao final do atendimento, o técnico apresentou uma cobrança de R$ 600, alegando custos adicionais. O pagamento foi feito por Pix, e o suposto prestador sumiu após a transferência.
Cliente recebeu maquininha com visor apagado
Em outra ocorrência, um consumidor de Curitiba notou que o valor cobrado por um produto não era o mesmo combinado. A maquininha usada apresentava o visor escurecido, e o golpista rapidamente digitou o valor e pediu o cartão. Após a transação, a vÃtima descobriu que havia sido cobrado o triplo do valor original.
O que fazer se cair em um golpe?
Se você foi vÃtima de um golpe como esse, siga estes passos:
1. Comunique imediatamente o banco
Entre em contato com seu banco e informe o ocorrido. Dependendo da situação e do tempo de resposta, é possÃvel solicitar o bloqueio ou o estorno da operação.
2. Registre um boletim de ocorrência
Vá até uma delegacia ou utilize uma plataforma de denúncia online (como a Delegacia Eletrônica de seu estado) e registre um Boletim de Ocorrência (BO) com todos os detalhes.
3. Reúna provas da fraude
- Prints de conversas;
- Comprovantes de pagamento;
- Dados do anunciante ou fornecedor;
- Capturas de tela de anúncios ou perfis falsos.
4. Denuncie nas plataformas digitais
Caso o golpe tenha ocorrido por meio de um site ou aplicativo (como OLX, GetNinjas ou redes sociais), denuncie o perfil ou anúncio para que outras pessoas não sejam enganadas.
Por que esse golpe tem feito tantas vÃtimas?
A principal razão para o sucesso do golpe é a falta de verificação por parte do consumidor, aliada à praticidade dos meios de pagamento digitais. A confiança excessiva em perfis online e a busca por soluções rápidas levam muitos a abrirem mão de etapas básicas de checagem.
Além disso, a falta de regulamentação mais rÃgida sobre anúncios de prestadores de serviço em plataformas online dificulta o controle dessas fraudes.
Como os bancos estão atuando?
Bancos como o Itaú Unibanco vêm investindo em campanhas de conscientização, alertando os clientes sobre os principais tipos de golpes e orientando sobre boas práticas. Além disso, ferramentas de bloqueio de transferências suspeitas têm sido aprimoradas, especialmente em canais de Pix.
Conclusão
O golpe do falso fornecedor é mais uma amostra de como a criminalidade digital se reinventa. O segredo para se proteger está na informação, atenção e verificação. Ao seguir as dicas do Itaú e manter-se atualizado sobre novas formas de golpe, o consumidor reduz significativamente o risco de cair em armadilhas virtuais.
Imagem: fizkes / shutterstock.com