O governo federal anunciou oficialmente o fim do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), uma modalidade que permitia aos trabalhadores retirar anualmente uma parte do saldo de sua conta vinculada no mês de seu aniversário. A decisão visa preservar o estoque de poupança do FGTS, essencial para o financiamento de polÃticas públicas, especialmente no setor habitacional.
O que é o saque-aniversário?
InstituÃdo em 2020, o saque-aniversário permitia que o trabalhador retirasse uma porcentagem do saldo de sua conta do FGTS no mês de seu aniversário. Essa modalidade oferecia acesso antecipado aos recursos, mas impunha uma restrição significativa: ao optar por ela, o trabalhador perdia o direito de sacar o saldo total do FGTS em caso de demissão sem justa causa, recebendo apenas a multa rescisória de 40%.
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Razões para o fim do saque-aniversário
O principal motivo para o encerramento do saque-aniversário é a necessidade de garantir a sustentabilidade do FGTS como instrumento de financiamento habitacional. O aumento da retirada antecipada dos recursos comprometeu a disponibilidade de recursos para investimentos em habitação popular e infraestrutura, áreas essenciais para o desenvolvimento social e econômico do paÃs.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o governo está buscando uma solução que preserve o direito do trabalhador ao crédito barato, ao mesmo tempo em que assegure o estoque de poupança necessário para investimentos públicos.
Impacto para os trabalhadores
Com o fim do saque-aniversário, os trabalhadores que já haviam aderido a essa modalidade terão suas contas do FGTS novamente sujeitas às regras do saque-rescisão. Isso significa que, em caso de demissão sem justa causa, poderão sacar o saldo total de sua conta, incluindo a multa rescisória de 40%.
Além disso, o governo federal anunciou a liberação de R$ 12 bilhões para cerca de 12,1 milhões de trabalhadores que foram demitidos após optarem pelo saque-aniversário. Esses recursos, que estavam retidos, serão disponibilizados em duas parcelas: a primeira, de até R$ 3 mil, será paga entre março e junho de 2025; a segunda, referente ao saldo remanescente, será liberada posteriormente.
Alternativas para acesso ao crédito
Para compensar a perda do saque-aniversário, o governo está estudando alternativas que permitam ao trabalhador acessar crédito de forma vantajosa. Uma das propostas em análise é a criação de um programa de crédito consignado privado, que permitiria ao trabalhador utilizar uma parte do saldo do FGTS como garantia para empréstimos, mantendo o objetivo de oferecer crédito com condições favoráveis.
O que os trabalhadores devem fazer
Os trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos após a mudança nas regras devem ficar atentos às novas orientações da Caixa Econômica Federal, responsável pela administração do FGTS. É importante atualizar os dados cadastrais e acompanhar os canais oficiais de comunicação para garantir o recebimento dos valores devidos.
Além disso, é recomendável que os trabalhadores considerem as alternativas de crédito disponÃveis, avaliando as condições e os impactos de cada opção antes de tomar uma decisão.
Conclusão
O fim do saque-aniversário do FGTS representa uma mudança significativa nas regras de acesso aos recursos do fundo. Embora a medida vise assegurar a sustentabilidade do FGTS como instrumento de financiamento habitacional, é essencial que os trabalhadores estejam informados sobre as novas condições e busquem alternativas que atendam às suas necessidades financeiras.