O renomado diretor Martin Scorsese foi um dos homenageados durante o Festival de Berlim, e aproveitou o evento para conversar com jornalistas sobre suas perspectivas para o futuro do cinema. Na ocasião, Scorsese ressaltou que acreditava na longevidade da sétima arte, apesar das rápidas mudanças trazidas pelas tecnologias.
“Não creio que o cinema esteja morrendo, nem que vá morrer. Está mudando. A mudança faz parte. O importante são as vozes individuais.”, afirmou o cineasta.
Defesa ao TikTok
Scorsese ainda pontuou: “Tem gente que se expressa no Tiktok, em um filme de duas ou de quatro horas. O importante é a expressão que impulsiona a gente a fazer arte”.
A facilidade de acesso a quase tudo, garante aos jovens de hoje uma liberdade que Scorsese nunca teve no início de sua carreira. Ele lembrou que na década de 1960, quando começou a produzir filmes, era difícil encontrar cópias de outras obras, muitas vezes tendo que se contentar com versões arranhadas e com imagens danificadas. Hoje, as novas gerações têm o mundo ao alcance dos dedos.
O papel da crítica cinematográfica segundo Scorsese
No entanto, esse fácil acesso também reforça, segundo Scorsese, a importância da crítica cinematográfica. O cineasta enfatizou que, dada a enorme quantidade de filmes disponíveis para o público, principalmente o mais jovem, a orientação de críticos é crucial para a seleção de bons longas.
O diretor também falou sobre os novos talentos do cinema, afirmando que sempre está de olho neles. “Procuro acompanhá-los, há muita gente que me interessa”, revelou.
Próximos passos na carreira do diretor
O diretor, que recentemente ganhou dois prêmios no New York Film Critics Awards e um Globo de Ouro com “Assassino da Lua das Flores”, já sabe qual será seu próximo projeto. Antes mesmo das indicações ao Oscar, Scorsese confirmou que está preparando um filme sobre Jesus.
A produção será inspirada no livro “A Vida de Jesus” de Shūsaku Endō e tratará sobre os ensinamentos do profeta cristão. Diferente dos tradicionais filmes bíblicos, o longa será ambientado principalmente nos dias atuais e deve ter cerca de 80 minutos.
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“Respondi ao apelo do Papa Francisco aos artistas da única maneira que conheço: imaginando e escrevendo um roteiro para um filme sobre Jesus”, afirmou Scorsese. A expectativa é que o diretor traga uma nova visão da figura de Jesus, uma vez que já dirigiu “A Última Tentação de Cristo”, em 1988.
Imagem: DANIEL CONSTANTE / shutterstock.com