O Super Bowl é um dos eventos esportivos mais assistidos do planeta e, por isso, também se tornou uma vitrine para grandes marcas que investem pesado em publicidade. No entanto, durante a edição de 2025, um anúncio do Google chamou atenção por um motivo inesperado: um erro na informação fornecida por sua inteligência artificial (IA), o Gemini.
A falha ocorreu em um comercial que promovia o uso da IA por empreendedores nos Estados Unidos. O equívoco rapidamente viralizou, levantando questionamentos sobre a confiabilidade das respostas geradas por inteligências artificiais.
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Google aposta em IA no Super Bowl 2025

Antes mesmo do evento, o Google já havia divulgado que investiria pesado no Super Bowl deste ano. A empresa lançou uma série de 50 comerciais, cada um destacando um empreendedor de um dos estados norte-americanos e mostrando como a IA Gemini ajudou seus negócios.
Durante os intervalos do jogo, os anúncios foram transmitidos para milhões de espectadores. A campanha visava destacar o potencial da inteligência artificial no dia a dia de pequenos empresários.
O erro no anúncio do Google
Em um dos comerciais, que representava o estado de Wisconsin – conhecido por sua tradição na produção de queijos –, um empreendedor relatava que usou o Gemini para criar um anúncio mais criativo para seu produto. No entanto, um detalhe gerou grande repercussão: O anúncio gerado pela IA afirmava que o queijo Gouda correspondia a 50% a 60% do consumo global de queijos. A informação foi prontamente contestada por especialistas e usuários nas redes sociais, que apontaram a falta de embasamento do dado.
O usuário Nate Hake, na plataforma X (antigo Twitter), classificou a informação como uma “alucinação” da IA, termo usado para se referir a respostas incorretas ou sem fundamento fornecidas por sistemas de inteligência artificial.
Veja o anúncio:
Resposta e repercussão
Diante da polêmica, Jerry Dischler, presidente de aplicações em nuvem da Google Cloud, defendeu a informação ao afirmar que o conteúdo do Gemini é baseado em artigos disponíveis na web. No entanto, ele não citou nenhuma fonte específica para justificar os números apresentados no comercial.
Após a repercussão negativa, o Google alterou o trecho do anúncio. O novo texto passou a afirmar apenas que o Gouda é “um dos queijos mais consumidos do mundo”, sem mencionar porcentagens.
A mudança foi interpretada como um reconhecimento do erro, reforçando as preocupações sobre a confiabilidade de respostas geradas por IAs, especialmente quando utilizadas em contextos publicitários e informativos.
A importância da precisão na era da IA
A falha do Google no Super Bowl 2025 expõe um dos grandes desafios da inteligência artificial: a veracidade e confiabilidade das informações geradas. Embora esses sistemas sejam treinados com vastos conjuntos de dados, eles ainda podem produzir respostas incorretas ou exageradas, especialmente quando interpretam informações da internet sem um rigoroso processo de verificação.
Esse episódio também levanta questões sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia no uso comercial da IA. Como as inteligências artificiais estão cada vez mais presentes na publicidade e no dia a dia, garantir a precisão das informações se torna essencial para evitar desinformação.
Impacto financeiro e estratégico do erro
O Super Bowl é um evento de altíssima visibilidade, e qualquer erro pode se tornar um problema de grandes proporções para as marcas envolvidas. O Google foi uma das empresas que desembolsaram entre US$ 7 milhões e US$ 8 milhões por cada comercial de 30 segundos transmitido durante a partida.
Com uma audiência estimada de 120 milhões de telespectadores, o erro no comercial ganhou repercussão imediata, o que pode afetar a credibilidade do Gemini e de outras soluções de IA oferecidas pela empresa.
O futuro da IA na publicidade

Apesar da falha, a inteligência artificial continua sendo uma aposta para o futuro da publicidade. A capacidade de criar conteúdos personalizados e inovadores de forma rápida é um atrativo para empresas que buscam eficiência e impacto em suas campanhas.
No entanto, episódios como este mostram que as marcas devem adotar mecanismos rigorosos de revisão e validação das informações geradas por IA. Com a crescente preocupação sobre desinformação e ética na inteligência artificial, garantir a precisão dos conteúdos será fundamental para manter a confiança do público.










