Com um crescimento de 6% no último ano, a Venezuela voltou a discutir sobre a renegociação de dÃvidas que tem com o Brasil. Em entrevista ao programa Roda Viva, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que Venezuela e Brasil provavelmente firmarão um acordo de quitar os débitos a partir de fornecimento de energia elétrica e petróleo para o Brasil.
Questionado sobre possÃveis atrasos nos pagamentos e se os financiamentos não teriam sido motivados por fatores ideológicos, Mercadante esclareceu que a relação entre os dois paÃses não possui motivações ideológicas.
Situação de Venezuela e Brasil permite reforço de laços entre paÃses da América do Sul
O Brasil tinha um superávit de US$ 38 bilhões com a Venezuela, o que motivou o governo brasileiro a buscar uma compensação. Entretanto, a queda no preço do petróleo no mercado mundial e o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos afetaram a capacidade da Venezuela de honrar seus compromissos financeiros.
Neste contexto, Mercadante ressaltou a importância de estreitar relações com os paÃses vizinhos, como Argentina, BolÃvia, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e não apenas manter vÃnculos com Estados Unidos e Europa. De acordo com ele, o Brasil não vive no meio da Europa e, portanto, não deve ignorar seus vizinhos sul-americanos.
De quanto é a dÃvida?
Após o encontro entre Lula e Maduro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a dÃvida venezuelana totaliza quase US$ 1,27 bilhão, cerca R$ 6,4 bilhões. Ademais, este valor provém da inadimplência relacionada à s exportações brasileiras de bens e serviços ao paÃs vizinho que contrataram o Seguro de Crédito à Exportação.
A maior parte dessas operações foi financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos principais interessados no assunto e principal financiador público de longo prazo para operações de comercialização de exportações.
Imagem: Ricardo Stuckert / Palácio do Planalto