A ausência de atividades sexuais, especialmente se não for uma escolha, pode trazer uma série de consequências para a saúde física e mental. Vamos explorar, neste artigo, os impactos que a falta de sexo pode acarretar e como isso afeta indivíduos de diferentes faixas etárias.
De acordo com Carmita Abdo, psiquiatra e coordenadora do programa de estudos em sexualidade da USP, a principal preocupação médica com a abstinência sexual não é a falta em si, mas o sofrimento que pode provocar.
Esse sofrimento se manifesta como angústia, mal-estar e desconforto generalizado, afetando significativamente a qualidade de vida do indivíduo.
Qual o limite saudável sem sexo?
A ausência prolongada de atividades sexuais pode desencadear crises de ansiedade, depressão do sistema imunológico e debilitação do sistema nervoso central. Essa vulnerabilidade aumentada pode fazer com que a pessoa fique mais susceptível a infecções e doenças.
Cientistas apontam que o tempo máximo que uma pessoa pode ficar sem relações sexuais sem que isso afete sua saúde varia muito de acordo com seus hábitos anteriores. Para alguém acostumado com uma vida sexual ativa, mesmo um mês sem sexo já pode ser prejudicial. Por outro lado, para quem tem relações menos frequentes, alguns meses sem atividade sexual podem não ser tão impactantes.
Jovens de até 29 anos, que geralmente têm uma libido elevada e uma vida sexual ativa, podem começar a sentir os efeitos negativos após cerca de oito semanas sem sexo. Para adultos entre 30 e 49 anos, as frequências e consequências variam um pouco mais, tendendo a apresentar menor impacto imediato dada a diminuição natural da frequência sexual.
Existem benefícios substitutos para quem não pratica sexo?
Embora o sexo seja uma fonte significativa de prazer e saúde, existem pessoas que escolhem não participar de atividades sexuais e canalizam sua energia para outros projetos ou missões. Segundo especialistas, muitos conseguem obter benefícios semelhantes em termos de bem-estar mental e físico através de outras atividades que também liberam hormônios do prazer, como endorfina e dopamina.
Por exemplo, exercícios físicos, meditação e até mesmo o engajamento em projetos artísticos ou voluntariado podem ser alternativas para aqueles que optam por um período de abstinência sexual voluntária. Essas atividades podem ajudar a manter a saúde mental e física estáveis.
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Segundo a Dra. Abdo, o sofrimento causado pela falta de sexo deve ser encarado com seriedade e tratado de forma adequada. Terapias focadas no bem-estar emocional, acompanhamento psicológico e, em alguns casos, aconselhamento com um sexólogo, podem ser essenciais para recuperar a qualidade de vida e encontrar um equilíbrio saudável.
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