Em meio a um cenário econômico desafiador, o grupo varejista Americanas encerrou o ano de 2023 com prejuÃzo lÃquido de 22,9 bilhões de reais, segundo informação divulgada nesta terça-feira pela empresa. O resultado representa um grande salto quando comparado aos 11,4 bilhões de reais de perda lÃquida registrados em 2022, o que demonstra a gravidade da crise enfrentada pela companhia.
Americanas atribuiu esse resultado negativo a uma significativa queda de vendas, especialmente na plataforma digital, somada a altas despesas financeiras, em pleno processo de recuperação judicial. Paralelamente, a empresa apontou que seu Ebitda – lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – apresentou um saldo negativo de 1,56 bilhão de reais, frente a 1,28 bilhão de reais negativos no ano anterior.
Uma luz no fim do túnel para a Americanas?
Dessa maneira, pesar dos desafios enfrentados, o grupo conseguiu registrar um avanço significativo em sua margem bruta, elevando-a em 11,1 pontos percentuais para 27,7%. Assim, além disso, a dÃvida bruta do grupo do mercado varejista permaneceu praticamente estável, mantendo-se em torno de 38,37 bilhões de reais.
Para o próximo balanço, referente ao quarto trimestre, espera-se que a Americanas divulgue seus resultados em março, conforme indicado no site da empresa voltado para relações com investidores. Esses dados fornecem insights importantes sobre a trajetória financeira e estratégica da empresa, permitindo uma avaliação mais precisa de seu desempenho no mercado.
Um passado de irregularidades
Já se passaram quase dois meses desde que a Americanas divulgou lucros revisados para os anos de 2021 e 2022. A revisão dos números ocorreu após a empresa identificar uma “fraude” realizada por ex-administradores da companhia. Ainda que as investigações continuem em andamento, a ação lançou dúvidas sobre a saúde financeira da empresa.
Na tentativa de reverter o cenário negativo, a Americanas conseguiu, em dezembro de 2023, aprovação dos credores para um plano de reestruturação. A estratégia inclui desinvestimentos, troca de dÃvida por capital e uma injeção de até 12 bilhões de reais realizada pelo trio de investidores formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
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