A construção de uma usina de dessalinização em Praia do Futuro, Fortaleza, tem gerado controvérsia. Embora o projeto tenha sido aprovado pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU-CE) com o objetivo de converter a água do mar em água potável, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) expressa sua oposição à iniciativa.
A discordância baseia-se na preocupação de que a implementação da usina poderia resultar no rompimento dos cabos submarinos de internet que atravessam a região.
A Praia do Futuro é estrategicamente importante por conectar o Brasil ao resto do mundo através da internet. A Anatel argumenta que os cabos já estão na região há décadas e que possíveis danos podem exigir reparos lentos e complexos.
Por que a Anatel se opõe ao projeto na Praia do Futuro?
De acordo com a Anatel, o projeto da SPE – Águas de Fortaleza, responsável pela construção da usina de dessalinização, não considerou os riscos nem seguiu onze recomendações do International Cable Protection Committee (ICPC), uma organização que trabalha para garantir a integridade dos cabos submarinos.
A agência reitera oposição à obra e recomenda a alteração do projeto para outra localidade entre as opções possíveis.
Os cabos que chegam à Praia do Futuro são vitais para as telecomunicações e para a conexão de internet do Brasil. Com o aumento constante no tráfego de internet, a tendência é que seja necessário substituir ou incluir mais cabos na região.
Qual é o cenário caso a usina de dessalinização seja construída?
Se o projeto para a usina seguir sem interrupções, as obras devem iniciar em março de 2024 e a previsão é que a construção seja concluída no primeiro semestre de 2026. Segundo o governo do Ceará, a oferta de água na região metropolitana de Fortaleza aumentará em 12% com a transformação de água do mar em água potável.
A cidade de Fortaleza é considerada chave para a conexão de cabos de internet, dado sua proximidade relativa com a Europa, a África e o restante das Américas. Outro fator que contribui para a importância de Fortaleza é a presença de grandes empresas de telecomunicações.
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Enquanto isso, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) garante que a usina “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro”.
Imagem: Ha-nu-man / shutterstock.com