O Banco Central do Brasil fez um significativo retorno financeiro para vítimas de fraudes no sistema Pix, devolvendo R$ 1,1 bilhão através do Mecanismo Especial de Devolução (MED). Esta ferramenta, implementada em novembro de 2021, foi criada para agilizar o reembolso de valores perdidos devido a erros operacionais e fraudes em transferências via Pix. Apesar de seu sucesso inicial, o sistema enfrenta desafios que precisam ser abordados para aprimorar a proteção dos usuários.
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Reembolsos atingem R$ 1,1 bilhão
Desde sua criação, o MED já restituíou R$ 1,1 bilhão a vítimas de transações indevidas. Desse montante, R$ 952,3 milhões foram referentes a casos de fraude, enquanto R$ 167,6 milhões foram destinados a solucionar problemas decorrentes de falhas operacionais.
No entanto, o percentual de devolução ainda é relativamente baixo, representando apenas 8,2% do total de fraudes registradas este ano. Em termos de operações totais no Pix, as solicitações de devolução por fraudes correspondem a uma fração minúscula de 0,007%.
O golpe do ‘Pix falso'
Infelizmente, o MED também tem sido explorado por criminosos como parte de um esquema de fraude. O golpe ocorre quando um golpista contata a vítima, alegando ter feito um Pix por engano e solicitando a devolução do valor. Simultaneamente, o criminoso faz uma requisição de devolução ao MED, ficando com o dobro do montante original após a devolução.
Especialistas destacam a necessidade de evolução no mecanismo de devolução para combater esses golpes de forma mais eficaz. Os golpistas frequentemente transferem rapidamente o dinheiro de contas usadas para a fraude, tornando difícil a recuperação dos valores.
Medidas de aperfeiçoamento: MED 2.0
O Banco Central está ciente dessas vulnerabilidades e está desenvolvendo o MED 2.0, uma versão aprimorada do sistema que promete rastrear recursos mesmo após a conta original ter sido movida. O novo sistema permitirá o bloqueio e a devolução de recursos até a quinta camada de contas, oferecendo uma camada adicional de proteção contra fraudes. Um grupo de trabalho está discutindo o design do MED 2.0 desde julho deste ano, dentro do Grupo Estratégico de Segurança do Pix, que reúne especialistas em segurança financeira e é coordenado pelo Banco Central. A expectativa é que a nova funcionalidade seja lançada no primeiro trimestre de 2026.
A evolução contínua do MED é crucial para assegurar que o sistema Pix continue sendo uma ferramenta segura e confiável para transações financeiras no Brasil, oferecendo proteção robusta contra fraudes e melhorando a confiança dos usuários no sistema.
Imagem: Brenda Rocha – Blossom / shutterstock.com