O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em conjunto com o Ministério da Previdência Social e os Correios, lançou uma parceria inovadora que promete facilitar o acesso ao benefÃcio por incapacidade temporária, popularmente conhecido como auxÃlio-doença. Essa nova estratégia, que já está em fase de testes em Fortaleza, Ceará, foi projetada para permitir que segurados realizem suas solicitações nas mais de 2,6 mil agências dos Correios espalhadas pelo paÃs, oferecendo um atendimento mais acessÃvel e simplificado. Mas como exatamente essa parceria está transformando o processo de solicitação do auxÃlio-doença? A seguir, detalharemos todos os pontos relevantes desse projeto.
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AuxÃlio-doença pode ser solicitado em 2,6 mil agências dos Correios. Veja o passo a passo!
Como funciona a solicitação do auxÃlio-doença nos Correios?
O principal objetivo desta parceria é facilitar o processo de requerimento do auxÃlio-doença, permitindo que os segurados possam dar entrada em seus pedidos diretamente nas agências dos Correios. Essa alternativa foi pensada para atender aqueles que enfrentam dificuldades em acessar os canais digitais do INSS, como o aplicativo Meu INSS e a Central 135. Agora, além dessas opções, os segurados contam com a rede de agências dos Correios para realizar o processo.
Digitalização de documentos e perÃcia médica digital
Um dos grandes avanços trazidos por essa parceria é a digitalização de documentos. Nas agências dos Correios, o segurado pode apresentar sua documentação, que será digitalizada e inserida no sistema do INSS por um funcionário treinado. Além disso, é possÃvel realizar a perÃcia médica digital através do sistema Atestmed, o que reduz ainda mais o tempo de processamento do benefÃcio.
Essa modalidade representa um salto importante para a acessibilidade dos serviços previdenciários, principalmente em regiões onde o acesso às agências do INSS é limitado. Com a digitalização imediata dos documentos, o segurado não precisa mais se deslocar até uma unidade do INSS para dar continuidade ao seu pedido.
Pré-requerimento e complementação de documentos
Outra facilidade oferecida pelo projeto é o pré-requerimento do auxÃlio-doença, que pode ser iniciado pelo telefone, através da Central 135. Após o contato inicial, o segurado tem um prazo de cinco dias para comparecer a uma agência dos Correios e apresentar a documentação necessária. Além disso, caso surja alguma pendência durante a análise do pedido, o segurado também pode complementar a documentação faltante em qualquer agência dos Correios.
Esse processo integrado entre os Correios e o INSS busca reduzir as idas e vindas do segurado entre diferentes órgãos, simplificando o fluxo de solicitação do benefÃcio.
Impacto do projeto e expectativas de crescimento
O Ministério da Previdência Social espera um impacto significativo com a inclusão dos Correios no processo de solicitação de benefÃcios do INSS. Atualmente, aproximadamente 20 milhões de segurados utilizam a Central 135 todos os meses, enquanto o portal Meu INSS conta com 75 milhões de acessos mensais. Com a participação dos Correios, a expectativa é de que esse número aumente ainda mais, devido à capilaridade das agências presentes em todo o território nacional.
Estima-se que o número de atendimentos mensais pode ultrapassar os 100 milhões, uma vez que os Correios estão presentes em diversas regiões, inclusive em áreas onde o INSS possui pouca ou nenhuma infraestrutura de atendimento.
Além disso, o auxÃlio-doença representa a maior parte dos benefÃcios concedidos pelo INSS. Um estudo recente aponta que 78,66% dos pedidos registrados estão relacionados a esse benefÃcio. Entre julho e setembro de 2023, após a reformulação do sistema Atestmed, mais de 4 milhões de requerimentos foram feitos, com mais de 2 milhões aprovados.
Correios ampliam o acesso ao auxÃlio-doença em áreas remotas
A parceria com os Correios está ampliando o alcance dos serviços do INSS, especialmente em regiões que anteriormente enfrentavam dificuldades para acessar os benefÃcios previdenciários. Em muitas áreas, a única opção para os segurados era percorrer grandes distâncias até uma agência do INSS, o que gerava filas e tempo de espera prolongado. Agora, com a possibilidade de realizar o processo nas agências dos Correios, o atendimento se torna mais rápido e acessÃvel.
Essa expansão não apenas aprimora o atendimento, mas também acelera a análise e aprovação do auxÃlio-doença. A integração dos sistemas possibilita ao INSS tratar as solicitações de maneira mais eficaz, diminuindo o tempo de espera e evitando o acúmulo de processos pendentes.
Desafios e futuro da parceria
Embora haja vantagens, ainda há desafios a serem superados. A principal questão é garantir que todas as agências dos Correios estejam preparadas para oferecer o atendimento adequado, com infraestrutura e pessoal capacitado para lidar com o novo fluxo de solicitações. Além disso, o INSS precisa continuar investindo em tecnologia para suportar o aumento de demandas que a expansão desse serviço trará.
No futuro, espera-se que a parceria não se limite apenas ao auxÃlio-doença. Outros serviços do INSS, como aposentadoria e pensão, também poderão ser integrados à rede de atendimento dos Correios, facilitando ainda mais o acesso dos cidadãos aos benefÃcios previdenciários.
Considerações finais
A colaboração entre o INSS, o Ministério da Previdência Social e os Correios é um grande passo para tornar os benefÃcios previdenciários mais acessÃveis em todo o Brasil. Ao incluir os Correios no processo de requerimento do auxÃlio-doença, o governo federal está proporcionando um atendimento mais ágil e eficiente para milhões de segurados, especialmente aqueles que vivem em regiões com pouca infraestrutura do INSS.
Com a expansão desse modelo de atendimento, a expectativa é que o tempo de processamento dos pedidos seja reduzido e que mais cidadãos possam acessar os benefÃcios a que têm direito de forma rápida e descomplicada. Contudo, o sucesso dessa iniciativa depende de investimentos contÃnuos em capacitação e tecnologia, garantindo que tanto o INSS quanto os Correios possam atender à crescente demanda por serviços previdenciários.
Imagem: Elza Fiuza/Agência Brasil