Por séculos, a evolução humana tem sido um tema de fascÃnio e curiosidade, levando a numerosas perguntas sobre as caracterÃsticas que nos distinguem de nossos ancestrais primatas. Uma dessas peculiaridades, a ausência de uma cauda, pode finalmente ter uma explicação graças a recentes descobertas cientÃficas.
Ao contrário de muitos animais com espinha dorsal, os humanos não possuem uma cauda externa, um traço que compartilhamos com nossos parentes primatas mais próximos. A razão para isso tem sido objeto de especulação e pesquisa, com muitos atribuindo essa perda à adoção do bipedalismo. No entanto, uma nova pesquisa traz luz à discussão, apontando para um mecanismo genético especÃfico.
Como nossos ancestrais perderam suas caudas?
Estudos recentes identificaram um pequeno segmento de DNA, previamente considerado como “DNA lixo”, como o protagonista na história evolutiva da ausência de cauda em humanos e grandes primatas. Localizado no gene TBXT, esse segmento, conhecido como elemento Alu, desempenha um papel crucial na regulação do comprimento da cauda.
O elemento Alu é parte de uma classe chamada genes saltadores, capazes de alterar suas posições no genoma. Em algum ponto da evolução dos hominÃdeos, um tipo especÃfico de elemento Alu, o AluY, inseriu-se no gene TBXT. Essa inserção teve efeitos marcantes: ao comparar o DNA de seis espécies de hominóides com primatas não hominóides, cientistas encontraram AluY apenas nos genomas dos primeiros.
Experimentos comprovam teoria
Através do uso da tecnologia CRISPR de edição de genes, pesquisadores introduziram a inserção de Alu nos genes TBXT de camundongos, observando uma variação no comprimento das caudas dos animais. Além de resolver o mistério da perda de cauda, esse achado tem potencial para ajudar no entendimento de malformações do tubo neural em seres humanos,
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Embora o estudo tenha elucidado a questão de “como” perdemos nossas caudas, o “porquê” continua sendo um tópico aberto à investigação. Essa adaptação evolutiva está possivelmente relacionada à transição para o bipedalismo, proporcionando evidências genéticas diretas de nossas diferenças em relação aos outros primatas.
Imagem: Karan/Pexels.com